"Ao listar as suas prioridades, em que lugar da lista você entra?"
Vivemos em sociedade, ou seja, em boa parte do tempo interagimos, mesmo que minimamente, com outras pessoas. Temos rotinas cada vez mais corridas, prazos cada vez mais apertados, obrigações em cima de obrigações e muitas vezes falta tempo para avaliar e atender as próprias necessidades. Isso, muitas vezes, é intensificado pela necessidade pessoal de se fazer útil para os outros, seja no contexto de amizades, relações afetivo-amorosas, dentro do trabalho ou na família.
E é exatamente nesse ponto que eu gostaria de chegar: você consegue parar e analisar se tem vivido pra você ou para os outros? De que maneiras você tem se acolhido e de que forma tem buscado ser mais gentil consigo? Você tem respeitado os seus próprios limites? Principalmente: tem conseguido percebê-los? E quantas vezes cogitou desacelerar de alguma forma e avaliar se o que tem feito e vivido faz sentido pra você?
Nossa sociedade atribui, erroneamente, esse comportamento a um ato de egoísmo, o que dificulta bastante o exercício de se perceber como prioridade em sua própria vida (porque muitas vezes isso significa dizer alguns "nãos", em busca de preservar um autocuidado). Só que, no final das contas, você é a única pessoa que pode fazer isso por você, tornando-se, de forma saudável e indispensável, a pessoa mais importante da sua vida.
Sendo você especial, com suas características únicas, por que não dedicar mais cuidado a si? E por que não dedicar tudo de bom que você destina aos outros, principalmente para você? Um fato é: ao melhorar a sua relação com você mesmo, sua relação com os demais se torna muito mais saudável.
Acredito que de início, seja fundamental avaliar o que dificulta o exercício de se priorizar e quais impecilhos você encontra para, assim, conseguir entender quais mecanismos podem facilitar o caminho do autocuidado. A terapia pode contribuir bastante nesse sentido, sendo uma importante ferramenta potencializadora e de autoconhecimento.
Colocamos tantas prioridades antes de nós, que não é incomum esquecer de se citar nessa lista. Identificar em que lugar nos colocamos, nos permite o exercício de reavaliar os fatores e de se priorizar. Por fim, permita-se flexibilizar compromissos, impor limites, diminuir obrigações, delegar tarefas e priorizar o que você verdadeiramente vê sentido. De forma alguma, isso quer dizer que você deve ou vai ignorar as outras pessoas, mas que antes de qualquer coisa você tem o direito de se colocar em primeiro lugar e respeitar seus limites, necessidades e desejos.
"Que o seu autocuidado te salve de sentir a culpa injusta por escolher a si mesmo." (Van Brandoon)
Faz sentido? ✨